quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Comente os bastidores

Amo fotografar!
(imagem retirada do site weheartit.com)

Eu estava olhando minhas fotos. E percebi quantas histórias há nos bastidores. Comecei então a vasculhas a dos meus amigos, familiares e até de pessoas desconhecidas. Imaginei o que levaram eles a fazer aquele retrato. O que tinha tido naquele momento. Que festa era aquela? As pessoas estavam animadas. Que lugar era aquele? É simplesmente perfeito! Tenho paixão por fotografar, assim como também tenho por escrever. Mas como em toda escrita, na fotografia também se escondem muitos sentimentos. E com o avanço da tecnologia e o surgimento e desenvolvimento de várias redes sociais, fotografar virou quase uma rotina. Estamos sempre registrando o momento. Seja ele qual for. O que me preocupa é a forma com que lidamos com isso. É fácil forçar um sorriso e fazer uma selfie. Ou estar em uma festa e dar aquele sorriso aberto para celebrar uma foto em grupo. Não posso negar, na maioria das vezes, fica tudo muito lindo. Mas o que se passou com você naquela hora, ou minutos antes daquela foto: Você estava feliz e realmente queria eternizar aquele momento? Ficou feliz em como saiu na foto? Adoro tirar fotos. E não quero fazer drama com um assunto que deve parecer tão simplório, certo. Entretanto eu gostaria de conhecer o que há por trás das câmeras. Muitas vezes eu estava triste, mas me arrumava e tirava uma foto sorrindo. Aquelas que você costuma fazer sozinha, hoje mais conhecidas como selfie. Eu me distraio e me faz bem. Certa vez em uma festa eu tinha acabado de receber uma noticia que me entristeceu, mas se eu mostrar a foto aqui ninguém vai acreditar nisso. Entenderam a minha curiosidade? Sabe outra coisa que me impressiona em fotos e redes sociais... É que as fotos mentem melhor do que palavras (e eu dou risada disso). Por que quando olhamos essas fotos tão bonitas. Onde tem pessoas arrumadas e sorrisos largos, sempre acreditamos que estão bem e ali não há problemas. Mentira! Nem sempre todos estão felizes. Vou confessar para vocês que eu adoro enganar com as minhas fotos. Quem não gosta de receber curtidas e comentários de elogio, não sabe o que é tirar foto-ego. Aquela que tende a elevar sua autoestima e, ou irritar seu ex-namorado e sua “amiguinha invejosa”. Há também as ditas abobadas, são aquelas que tiramos de uma xícara, por exemplo. Aprendi essa expressão com um professor de fotografia, na faculdade, não estou adjetivando nada nem ninguém. Enfim eu poderia passar um dia e uma noite inteira falando de fotografias. Mas vocês, com certeza, não teriam a mínima paciência para mim. Não importa o segmento que você tem. O que importa é você saber que é uma forma de expressão e de expor de forma altruísta a sua vida e a das outras pessoas. E de não fantasiar para si, olhando as fotos dos outros, que estão todos bem e só você não está. Não importa a frase que ponham ou sorriso que deem, ou a pose que façam. Há sempre algo a mais, por menor que seja. Acompanhe nas entrelinhas. Afinal ninguém quer tirar foto descabelado ou chorando. Bom, quase ninguém. As fotos dizem muito e te convidam a adentrar intimamente o momento da pessoa a qual se faz ver. Guarde as fotografias, eternize o momento. Ame tudo aquilo que está acontecendo e quem estiver ao seu lado, mas de verdade. E mesmo que esteja triste, sorria. O sorriso é contagiante, se você passar um minuto sorrindo é provável que ele se estenda por horas. Então entre no seu quarto, ou aonde quiser e faça o seu retrato. Dê um sorriso largo e faça uma linda foto. Mas jamais negue o seu sentimento a quem lhe perguntar e principalmente a si mesmo. E você que ainda se engana com fotos bonitas e pressupõe histórias, acorda, nem tudo que se vê é a verdade. A verdade só é dita quando perguntada a pessoa que a tem. E se uma imagem fala mais que mil palavras uma suposição errada pode causar mil confusões e mal entendidos. 

PS: Se gostou do texto ou tem alguma sugestão para os próximos, comenta ai galera. Super beijo e até a próxima. Tchau! :**

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ter asas não significa liberdade

overtheworld

Estranho é imaginar que nos dias de hoje as pessoas se aprisionem a conceitos antigos. Conquistamos então uma liberdade ensaiada? Onde você finge que está tudo bem e aceita a minha imposição que deve estar tudo certo. Quando fugimos ou saímos dos padrões somos consequentemente atingidos por diversos tipos de julgamentos. As pessoas apontam e marginalizam o seu direito de expressão e, às vezes, o de ir e vir. Está certo que também não concordo com tudo que acontece nos dias de hoje. Mas me cabe apontar o que é certo ou errado? Vejo discursos moralistas a todo o momento. Ainda ditando o que devemos ou não fazer. Impondo o caminho a ser trilhado. Obvio que com o passar do tempo vamos modificando a história. Desde criança me irritava quando me diziam o que eu devia fazer. Sabe quando você está brincando e um colega te diz “fala assim”, “agora fica ali”, “você vai fazer par com fulano”. Quando as brincadeiras começavam a tomar esse rumo rapidamente eu procurava uma forma de ir embora. Embora vocês pensem que sou petulante (o que pode não ser de todo uma mentira, mas vou contradizer isso a seguir.), eu não sou! Consigo conviver com as regras. Tenho as minhas. Executo a dos outros. Mas aceito aquilo que não fere a minha índole, o meu caráter e a minha personalidade. Afinal de contas, nem tudo que convém me parece ser certo. Posso assumir que fui uma criança chata por excesso de personalidade. E sou uma adulta consciente do meu papel na minha vida. Vamos esclarecer uma coisa aqui: Se eu não souber o que fazer da minha vida ou quem sou dentro dela, ninguém mais saberá certo? Muitas pessoas acham que não. E se eu penso assim, porque a cada afirmativa que eu faço eu provavelmente aponto para alguém e digo “ela sabe, ela me conhece”? Minha intenção não é um texto interrogativo, ou é. Não sei. O obvio desta narrativa é falar que você não é uma marionete. E que não deve se deixar influenciar pelo belo ou o aparentemente “certo”. Nem toda verdade é absoluta e nem todo respeito é mutuo. Se a minha liberdade acaba quando a sua começa, subjugo que o respeito seja igual. Então antes de me apontar e dizer a que caminho devo seguir, junte-se a mim e deixe que eu lhe conte os caminhos que já percorri enquanto trilhamos um novo juntos. 

domingo, 26 de janeiro de 2014

Uma tarde no parque

Há coisas que acalma a cabeça, outras o coração e há aquela que dão paz a alma. Sabe aquela sensação de felicidade momentânea, mas com um peso no estomago. Ou aquela que vem logo seguida de um pensamento nostálgico. Há aquela sensação que te tira a preocupação e a que te faz respirar aliviado. Eu venho tendo esse misto de sensações e sentimentos. Parece uma estação onde a cada parada ficam alguns sentimentos e sobem outros. E ousaria dizer que, muitas vezes, se assemelha a um liquidificador, onde se misturam todas as sensações e sai uma bebida exótica. Pode ser ruim, às vezes me parece bom, mas na verdade não sei o que significa. Talvez hoje venha com esse pesar de domingo em fim de tarde com aquele gosto de nada para fazer. Eu sei que me deparei com mistos de sentimentos e novas situações. E sei também que posso estar repetindo, de maneira diferente ou não, a mesma história todos os dias para vocês. O fato é que quando tratamos de sentimentos e vida não há como colocar em uma só história os milhares de aprendizados que obtemos. Minhas emoções vêm mudando de acordo que um novo dia começa. Hoje eu percebi que tenho que parar de falar tanto. Na maioria das vezes guardarmos para nós é uma forma de cuidar dos nossos projetos, planos e sentimentos. Nem sempre o mundo está sintonizado conosco e são nessas horas que encontramos muitos olhares pessimistas. E não adianta ter a personalidade mais forte do universo ou dizer que é cem por cento decidido, todos somos vulnerável em algum momento. Eu quero cuidar de mim e de quem eu amo. Mas preciso que me deixem fazer isso. Não quero atacar e nem magoar ninguém. Passou. Não sou uma nova pessoa, sou só eu mesma. A sensação que eu tenho agora é de uma brisa suave no meio de um parque  com um belo pôr do sol onde vejo casais se amando, crianças correndo, pessoas e livros, famílias e seus animais de estimação. Mas, ainda sim, com toda essa fotografia o maior espaço que encontro nessa imensa sensação é a de libertar a alma dos sentimentos, tabu e pensamentos que me aprisionam. 

Untitled

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Alma

A arte de aconselhar

Desde o início da semana eu venho pensando na arte de dar e receber conselhos. Será que é certo fazer o que os outros lhe mandam ou propõe? Parto da essência de que ninguém melhor do que você tem conhecimento para entender a si mesmo. E se foi você que se “meteu na enrascada”, não deveria tentar sair da mesma forma que entrou? Está bem, eu sei que ninguém vive no mundo sozinho e que precisamos de apoio seja de um amigo, familiar, líder religioso, mãe de um amigo ou quem mais queiram. Entretanto, eu, nunca soube aonde seria o limite de interferência do outro na minha vida. Digo, sempre gostei de conversar com pessoas mais velhas e mais experientes. Mas eu costumava acreditar em tudo que me diziam como uma verdade absoluta. Nos últimos meses passei por mais uma experiência que me remeteu a conselhos alheios. Eu me perdi de mim. Achei que não saberia controlar a situação a qual eu estava vivendo. E apesar de estar feliz, não me sentia segura para continuá-la sem que alguém estivesse ao meu lado me “orientando”. Tinha medo de colocar tudo a perder. E foi exatamente o que eu fiz. Perdi minha autoconfiança para meia dúzia de palavras que me pareciam sábia. Parei de seguir meu coração e os meus extintos. Comecei a viver pelos outros. Agora me lembro de quando me diziam que “nem sempre estar vivo significa viver”. Vegetei pelos outros. Fiquei tão confusa que perdi o rumo da minha vida e da minha história. Não preciso dizer que deu tudo errado, até por que já está mais que explícito. Ontem fui a uma congregação, onde a palavrada dada dizia exatamente assim: “Você não deve pedir conselho aos outros. O único apto a aconselhar você é Deus, converse com Ele” (leve em consideração a sua espiritualidade nesse momento, eu creio em Deus.). Mais uma vez fiquei pensativa. Veio-me a cabeça que eu estava fazendo, realmente, tudo errado. É fato que não vivemos no mundo sozinho e que precisamos uns dos outros para continuar a caminhada. Mas antes de qualquer coisa, antes de se lançar ao mundo e se por de frente com “os leões”, dar-se uma chance para se auto-conhecer, assim você não vai permitir que ninguém te imponha o que fazer. Ninguém melhor do que você para saber do que precisa. Não há nada melhor do que fazer o que te faz feliz, seja da maneira que for e sem importa-se com a opinião alheia (clichê não? Mas a mais pura verdade.). Opiniões se divergem, se confundem e principalmente muda! Ninguém vive vinte e quatro horas com você a não ser você mesmo. Dê de ombros para os intrometidos de plantão. Aprecie a experiência de outras pessoas, use-as como aprendizado. Mas não deixe que a maldade influencie as suas escolhas. Escute com precisão a cada história e mantenha-se em silêncio até que terminem de contar, o silêncio é o exercício do sábio e dele tiramos as maiores lições. Conselho se fosse tão bom, quanto parece, seria vendido ou proibido. 

domingo, 19 de janeiro de 2014

Sweet love

"Somos dois contra a parede e tudo tem três lados
E a noite arremessará outros dados" - Skank


É engaçado (só que não) o misto de sentimentos que se dá ao lembrar-me de você e sentir sua falta. Hoje eu acordei com uma amiga me mandando uma mensagem dizendo que estava com saudades do “traste” (um antigo relacionamento, que como vocês podem perceber pela expressão não teve um final feliz, mas qual é que tem?), ela emendou dizendo que eu podia brigar com ela. Brigar? Eu? Fui rápida e sem muitos rodeios, já avisei que eu não estava com moral nenhuma para brigar com ela. E depois de ler aquele “traste” eu me dei conta que mais uma vez eu havia voltado não só a pensar em você ou sentir sua falta, mas voltado a sofrer. E estou aqui com o meu coração na mão e um enorme nó na garganta. Não foi fácil ler o que eu li e escutar o que escutei. Você não sabe o que suas “boas intenções” causaram aos meus dias. Confiança é algo que quando rompida jamais volta a ser como antes. Fato! Ou nem tanto, por que com tantas mentiras nada se explica eu ainda ter acreditado em você. É talvez o amor nos deixe, de verdade, burros. Amor? Muito forte pra expressar! Mas como não sei que palavra usar – assim como também não soube que palavra usar para descrever que tipo de relacionamento nós tínhamos, quando você me perguntou – então vou usando essa mesmo. Como que em um milagre espero que você venha explicar tudo, como também esperei que naquele dia você me respondesse muito mais do que um simples “de nada”. E é quando me lembro das suas palavras e frases naquela conversa que eu me odeio por ainda sentir algo por você. Quando eu leio e ainda ouço nos meus pensamentos o seu tom de deboche. Também é inevitável perguntar o “porque” de todas as suas mentiras. Eu odeio me preocupar com você. Eu odeio o fato de você ainda se fazer presente em mim. Qual era o seu plano? O que você queria com tudo aquilo? Você ganhou algo com toda aquela baixaria? Não estou aqui para me fazer de vítima ou dizer que sou uma santa. Jamais. Mas meu maior erro foi entrar na sua pilha e fazer diferente do que eu já vinha fazendo. Eu poderia ter passado mais um ano fugindo de você e desse sentimento e talvez agora estivesse tudo bem. Ou estaria sofrendo por outra pessoa, mas não teria me magoado tanto. E ao mesmo tempo me remeto às coisas boas que vivi com você e o quanto de aprendizado acumulei. E o colo, o carinho, as palavras. O jeito que você me olhava e falava comigo. Até parar de fazer. Sinto saudade daquelas gargalhadas. Das piadas sem graça. E daquele beijo na testa. Viu quanta coisa ridícula me faz lembrar e sentir sua falta. Percebeu o quanto eu realmente gostava e, não sei por que, ainda gosto de você. Nunca quis, ou pedi nada a mais do que você ao meu lado. E você nem se quer tentou entender...




sábado, 18 de janeiro de 2014

Talvez eu ainda não saiba o rumo certo a seguir, muito menos aonde eu quero parar. Não sei se é uma crise, ou se estou presa a uma história recentemente passada, ou sei lá o que. Nada se explica quando há um emaranhado de sentimentos. Hoje eu estou confusa e bem mais do que os outros dias. Meu coração espera por uma resposta que não vem e quem sabe nunca virá. Eu sei que tempo é importante e que eu tenho que esperar. Mas é quando eu penso nisso que tenho vontade de falar um palavrão. Eu disse que não esperaria, mas espero. Eu disso que não faria mais nada, mas constantemente e mesmo que inconsciente (mentira), eu faço! Tá difícil não saber mais como andam as coisas e para de me importar com você. Mesmo depois de ter te conhecido o cretino que foi. Falta de maturidade falar mal de você? Falta de caráter fazer o que você fez, mas enfim. Não vou ficar remoendo erros passados, eu também cometi os meus. E prometi a mim mesma que jamais os repetirei. Sabe que vem até uma vontade de te agradecer. Sem você eu, talvez, não aprenderia que a minha opinião é a de maior valor. E que mesmo quando nos sentimos perdidos e confusos, em meio os turbilhões de pensamentos, ainda sim devemos fazer o que queremos sem se importar. Arrependi-me muito mais de fazer o que me falavam, do que das minhas próprias burradas. Não estou menosprezando as ajudas, essas me valeram. O que quero dizer é que sempre tem alguém para “atrapalhar”. No final quem decide somos nós. Procuro não pensar em nada disso. Entretanto deixe que eu me explique, eu tenho um músculo estúpido que pulsa sem parar e me mantém viva, e talvez por tanta carga horária de trabalho ele tenha perdido parte de sua inteligência. E eu ainda gosto de você. E mais estúpido do que o esse tal músculo é esse sentimento.

PAIN

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

 Nyjah Huston

" Disse que não podia ficar, mas levou a sério o que eu falei..."


Depois daquela manhã tumultuada entre broncas do Matheus, gravação e saudade. Resolvi que era hora de me concentrar no trabalho. Eu sempre adorei fazer aquilo. Vídeo e escrita sempre foram minhas maiores paixões.

Começamos então a buscar novas pautas para o nosso novo trabalho.

O trabalho que desempenhamos é independente, temos alguns patrocínios, mas precisamos especialmente de nós mesmo para que saia algo bacana. Decidimos então o nosso próximo assunto – Que serão filmes – e fomos recolher alguns títulos.

 Matheus é um alucinado por cinema. Ele adora todos os tipos de filmes.

Conheci o Matheus em uma quinta-feira no parque da minha cidade. Um garoto alto, branquinho, com um porte quase que atlético e o cabelo com pequenos cachos castanho-escuro. Ele estava com a galera dele andando de skate e eu apenas andando. Sentei-me bem próximo a eles observando as manobras que faziam. Em uma de suas manobras o Matheus levou uma bela queda e acabou por quebrar seu equipamento. Em um impulso, quase que irreal, eu levantei e corri para ajuda-lo, enquanto seus amigos zoavam de sua queda. Não é que eu tenha achado injustiça, isso é normal entre eles. Mas também não sei por que me compadeci tanto. Tá certo que ele é um gato, mas eu não estava interessada nele.

Em meio a minha reação desesperada e, cá entre nós, desastrada! Ouvi a voz dele, “calma moça eu estou bem”, então eu pude olhar para ele e constatar que sim, ele estava bem. “Desculpe, agi por impulso” e ele continuou me olhando “quer dizer, eu faria isso mesmo sem o impulso, eu faço isso por qualquer pessoa” Ele então fez ar de riso “Eu não estou dizendo que você é qualquer pessoa. Ai meu Deus, apenas me desculpe o.k!” eu estava atrapalhada, envergonhada e decidi sair correndo.

Notei que havia alguém vindo atrás de mim. Era ele e com um tom ofegante chegou mais perto, quando conseguiu balbuciar “Ei, espera! Você me ajudou e me fez ri, mas não me disse seu nome” eu olhei envergonhada, com a face ainda rubra “meu nome é Giovanna” e ele abriu um lindo sorriso, “Então Giovanna, eu sou o Matheus e pude perceber que você é tão mais enrolada com as palavras do que eu com o skate” e novamente riu da situação, dessa vez um pouco sem graça. “Bom, faz sentido!” e acabei rindo do tombo dele.

Matheus não era um bom esqueitista, na verdade ele nem era um esqueitista. Aquele dia ele estava lá acompanhando o primo dele, o Murilo. O primo dele sim era bom, quer dizer, um excelente esqueitista. Matheus só tentou aprender algumas coisas, e eu tinha que esta ali para ver a cena, ou melhor, o tombo. “Estou com aquela galera ali e me parece que eles gostaram de você” eu olhei para ele meio sem graça e ao mesmo tempo com o olhar de questionamento por ele esta me dizendo aquilo. “Estamos indo tomar um suco ali naquela lanchonete” apontando para o local e acenando para que os meninos o esperassem. “Então, vamos?” fiz que não com a cabeça, mas ele logo retrucou “eu deixei você zoar o meu tombo e só estou pedindo sua companhia para um suco, você me deve isso!” Eu ri, e então concordei em ir. O Matheus sempre foi um palhaço, sabia como falar e o que falar. Logo ficamos amigos. Naquele dia nem teve espaço para que eu conhecesse a tal galera. Nosso entrosamento foi imediato.

 “Então Giovanna, como você pôde ver eu não sou bom com skate” eu ri novamente me lembrando da queda e logo respondi “e como você, também, pode ver não sou tão boa com as palavras” ele consentiu e deu uma golada no suco de laranja que havia pedido. “Sabe moça bonita aprendi hoje que esse não é meu lance e prometo a você que jamais me verá caindo de um skate de novo por que não andarei em um de novo” nos olhamos e demos uma boa gargalhada. Depois que paramos de ri um da cara do outro tomei ar e falei “Então moço engraçado, afinal de contas, qual é o seu lance? Ou em tudo costuma levar tombos e topadas?” Ele fez uma cara de quem estava olhando para o nada, com um ar de cinismo e me respondeu “cinema, adoro tudo ligado a esse assunto”. Um tempo depois se aproximou um garoto aparentemente sem graça e todo largado, ele falava com algumas gírias e se vestia com roupas largas. Fiquei analisando como uma pessoa tão legal podia andar com uma pessoa daquela. “Giovanna esse é o Murilo, meu primo, acabou de chegar de São Paulo, vim apresentar para a galera do skate. Ele é um excelente esqueitista”, mas parece que antipatia era mútua. Quem diria que eu iria me apaixonar por aquela coisa largada.

“Gi acorda! No que você estava pensando? Você está dispersa ultimamente”. Era o Matheus me chamando para a nossa reunião, ele me abraçou e fomos juntos ao encontro da equipe. “Sabe Matheus, você podia voltar a cair de skate” ele me olhou meio sem entender e riu. 

Continua, parte III...

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Parte I


Best friends. | via Facebook


" Numa noite especialmente boa

Não há nada mais que a gente possa fazer"




Hoje eu acordei bem cedo. Lembrei-me do dia em que você dormiu aqui. Ver você pela manhã ainda dormindo foi uma sensação única... O telefone está tocando. E a minha barriga gelou. Será que ele resolveu me ligar? Não era ele. Era o pessoal do trabalho, afinal eu já estava atrasada.

 “Alô” eu disse com uma voz ainda sonolenta, “Giovana onde você está? Estamos esperando você!” gritou o Matheus do outro lado “já estou a caminho” eu disse meio atrapalhada. Dei um pulo da cama, corri para escovar os dentes e arrumar o cabelo. Coloquei um vestido claro com estampa floral, que estava combinando com o meu romantismo do dia. Passei um blush e um gloss rosa clarinho. Abusei do rímel. Coloquei o mesmo perfume que usei na primeira vez que saímos juntos. Eu estava pronta. Não tive mais tempo de pensar em você. Eu não podia pensar.

 O Matheus sempre foi um amor de pessoa e um excelente amigo e profissional, porém não admitia atrasos.
 E lá estava eu com um sorriso cínico no rosto me desculpando pela falta: “Vamos Gi, temos pouco tempo” berrava o Matheus, enquanto o resto da equipe corria de um lado para outro pegando os materiais para iniciar a gravação. Retoquei a maquiagem. O tema do vídeo de hoje era sobre a sua banda preferida. Não sei se ficava feliz por me sentir um pouco mais próxima de você ou se saia correndo e chorando. Todas aquelas musicas eu havia escutado com você e dezenas dela você já tinha cantado para mim.

“Câmera ligada, em 3, 2, 1... vai”, engoli o choro coloquei um sorriso na cara e comecei a falar sobre a banda, as músicas e os boatos em torno deles. A cada música que tocava eu sentia meu coração diminuindo e minha voz sumindo. Eu estava suando frio. Era visível. Assim que terminou a gravação devolvi as fichas, fiquei sabendo o próximo tema. Cumprimentei a equipe e sai. Peguei uma xícara de café e sentei-me só. A única coisa que eu queria ouvir era o silêncio. Aquele sentimento estava me matando.


Nunca tive problema em falar na frente das câmeras. Muito menos nos bastidores. Mas naquele dia em especial eu estava introspectiva. Eu tinha a sensação de que ele também estava pensando em mim. E perdida em meio os meus pensamentos escutei uma voz ao fundo, era a Júlia, me perguntando se estava tudo bem, ao que respondi: “Sim, está tudo bem! Tudo ótimo”, a quem eu queria enganar? “Amiga, me conta, ainda é o Murilo? Gi, você tem que superar, não pode sofrer assim. Você estava indo tão bem”, não tive o que falar. Abracei a Jú e algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto borrando parte do meu rímel. (Continua...)

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

❤️

“Bem mais que o tempo que nós perdemos ficou pra trás também o que nos juntou. Ainda lembro que eu estava lendo só pra saber o que você achou, dos versos que eu fiz e ainda espero resposta.”

Um grito no silêncio. Agora consigo entender o significado e peso dessa expressão. Parte de mim quer fazer, mas a outra não deixa. Aonde encontrar o caminho certo? Não estou presa a opinião alheia. Estou esperando que você venha, ou volte. É eu sinto algo mais forte do que apenas gostar. E eu também sei o que você fez e também sei o que eu fiz. Sim! Não estou procurando mais culpados e nem deixando que me digam o que fazer. Tempo. Sugeriram tempo para que tudo se ajeite. Mas se ainda não fiz nada ou tomei alguma atitude é porque não sei qual é a certa. Eu não sei o que fazer com o que eu sinto e nem onde colocar. O fato é que parei minha vida para esperar algo que aparentemente não acontece. Preciso voltar a minha rotina. Aquela correta. Ainda me preocupo se você está bem. Estou aqui agora me perguntando se ainda lembra-se de mim (obviamente que sim!) e será que sente minha falta? Não tem importância. Você está ai e eu estou aqui. Nada mais será como antes. Enfim... Eu estou tentando explicar o inexplicável. Porque sentir algo por você? Desde o início é essa a pergunta. Entretanto agora entendo o porquê de ter fugido tanto de você. Talvez no fundo eu soubesse que seria assim, difícil. Sinto sua falta. Do seu abraço. 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014


Can't hold it back anymore.
"Like the swirling storm inside
Couldn't keep it in
Heaven knows I try
 Don't let them in, don't let them see
Be the good girl you always had to be
Conceal, don't feel, don't let them know
Well now they know
 Let it go, let it go
Can't hold it back anymore"




Escrevo com o coração. Talvez seja para liberar os monstros que há em mim. Medos, conceitos e pré-conceitos, visões erradas ou não. Ou apenas um sentimento entalado entre o cérebro e o coração ao qual dar-se um nó na garganta. Como agir, e o que pensar? Há momentos na vida em que questionar os outros sobre algo ou alguma coisa é quase vital. Tal como questionar a si mesmo. O problema entre os dois é que a falta de resposta de outra pessoa talvez não o frustre mais do que a própria falta de resposta para si. Enfim... Às vezes acho que tanto existencialismo é prejudicial à saúde. Essa busca por se conhecer e alto punir. Claro que deve ser feita – para ver o que esta sendo feito de certo e errado – mas se muito persistirmos se torna martirizante. Parece-me que a cada janeiro sofro uma metamorfose. Meu ritmo diminui. Já não quero tantas baladas, nem barzinho ou qualquer que seja outro tipo de saída. Descubro sempre novas musicas. Leio novos livros e traço metas e planos; aos quais nem sempre são cumpridas durante todo o ano. Entretanto fico introspectiva. Esse em especial está me deixando com um pouco de medo, aliás, muito medo. Os pensamentos estão mudando em uma velocidade pavorosa. E o que já era para ter ficado no ano que se passou, ainda está berrando na minha cabeça. Surpreendi-me ao perceber quão mal me faziam algumas pessoas que andavam ao meu lado, como irmãos. Talvez seja isso. Ainda estou buscando meu território, meu novo território. Fiquei triste sobre as últimas notícias de 2013 (nada que tenha abalado minha festa, só não posso dizer o mesmo do pós-festa), eu queria poder e dever fazer algo, mas sinto que não devo. Isso me mata. Depois de escrever isso eu respirei, como um alívio. E é assim que eu sei por que ainda sustento esse blog, porque ele não é feito para ninguém mais do que apenas para mim. Como se fosse outra pessoa me analisando. Uma eu conversando comigo. Porque eu sei que não vou me julgar e nem me apontar o dedo. Vou ser compreensiva, mas nem sempre compassiva. Mas talvez sem me agredir tanto. Aqui tenho palavras soltas e sentimentos livres. Posso ser desconecta (como agora) e eu nem vou me importar porque sei que meus pensamentos são desalinhados e mesmo assim vou me entender. Eu não sei se escrever é o meu dom. E também não sei se vou ajudar ou ajudo alguém com a minha escrita. Aliás, eu sei que eu me ajudo com ela, afinal preciso de alguém que me deixe expressar em silêncio. Sem muitos palpites e julgamentos. Ufa... Que desabafo! Ultimamente estou um tanto melancólica. Esse blog é assim né (risos), mas nada pessoal. Não vou mais me prolongar, já é tarde e já acabou minha playlist da Demi Lovato. Hora de ir para a cama. Beijos.

❄️💙❄️

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014




Tudo passa.

"It's been too long since "later" never came
I know
One day, eventually
Yeah, I know
One day, I’ll have to let it all go
But I keep it, just in case
In case you don’t find what you’re looking for
In case you’re missing what you had before" - In case ( Demi Lovato)


Estranho se sentir perdida no meio de tantos planos, sonhos e vontades. Quando mais nova eu morria de medo de me perder em meio a multidões, sem saber o caminho de casa. O que instintivamente nos damos conta que nunca esqueceremos. Ao passar do tempo fica cada vez mais difícil, pois passamos a nos perder em um lugar tão perto e tão desconhecido. Perdemo-nos por dentro. É um labirinto, e encontrar sua saída é cada vez mais angustiante. Mas até nisso a vida brinca. Sabe aqueles jogos em que conforme vai vencendo o nível vai sendo elevado? Pois é! Com a vida e o processo de crescimento não é tão diferente. Não sei em que crescer consiste ou o que é crescer. Na maioria das vezes acho que vou ser para sempre uma criança. Um absurdo eu saber lidar com problema empresarial e até dos outros e não fazer nada com a minha vida. Esta tudo uma bagunça. Meu coração continua em pedaços e eu não sei o que dói mais. O que vou fazer do meu futuro? Eu não sei nem o que estou fazendo do meu presente. Poupe-me em perturbar a vida, já o faço com muito êxito. Não questiono mais quando voltará ao eixo (se é que já esteve algum dia). O fato é que está difícil. Aprendi a ri e não mais descontar nos outros minhas frustrações (parabéns para mim que era um animal), afinal ninguém tem culpa dos meus problemas. O fato é que tenho que levantar minha bunda desse assento, sacudir a poeira da preguiça e tirar o pijama do comodismo. Eu estou descobrindo o que eu quero o que me deixa feliz. Falta eu parar de querer o que eu não preciso e não mereço. A vida tem que continuar. Está continuando! Agora estou em reunião com Deus para saber qual a minha missão na terra, aonde eu tenho que chegar. Espero que eu acalme a alma pra enfim escutar a voz D’Ele. E repito todo o tempo “apenas respire, apenas respire” isso me ajuda. Escrever também me ajuda. Fazer o que amamos sempre ajuda. E eu amo: respirar, ler, ouvir música e escrever. Sempre ouvi os outros me dizer “faça o que te faz feliz!”. Ver o por do sol me deixa feliz, pensamentos bons me deixa feliz, escrever me deixa nas nuvens. Um texto desconecto para talvez tentar conectar-me a mim.